terça-feira, 2 de agosto de 2011

Evolução das vacinas na pediatria

Desde o início da vida, é aplicada uma variedade de vacinas na criança objetivando impedir o acesso de doenças e vírus naquele corpo por um período longevo ou até por toda a existência, através da resposta de anticorpos. Partindo desse princípio, o foco maior da imunologia é a área pediátrica.


De acordo com Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, Mestre em Pediatria aplicada pela UNIFESP e professor assistente da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, contamos com um arsenal cada vez maior de vacinas, e hoje os estudos são cada vez mais precisos, no sentido de identificar os benefícios e os riscos, o que é inerente em qualquer procedimento médico. “Claro que existem riscos implicados, mas, hoje, quando se licencia uma vacina, ela já foi alvo de muitos estudos e pesquisas, que garantem a qualidade daquele produto em termos de eficácia e em termos de segurança também”, explica o especialista.

HPV
Entre tantos exemplos de vacinas, citamos a do vírus HPV, que tem sua transmissão relacionada ao início da vida sexual. Hoje, a vacina tem sido aplicada em meninas que ainda nem chegaram à adolescência e ainda são inativas sexualmente. “É uma vacina que demonstrou alta eficácia para a prevenção dessa infecção quando aplicada antes do início da vida sexual. Como é profilática, se administrá-la depois que já houve o contato com o vírus, a eficácia não é a mesma, será menor”, adverte Sáfadi. Embora especialistas defendam que a alta eficácia das vacinas ocorra de acordo com o tempo de prevenção, a questão tem gerado temor por uma parte da sociedade, já que podem causar efeitos colaterais indesejáveis, principalmente a uma criança ainda em fase de desenvolvimento.

Causas e efeitos
Em comparação com casos de grandes epidemias do passado, vê-se uma geração bastante saudável hoje, pois houve um controle das doenças nos últimos anos. Segundo o médico, as vacinas têm um papel importante nisso, pois ao controlarem algumas doenças que produziam sequelas, diminuíram um percentual de pessoas que poderiam ter hoje consequências de poliomielite, paralisia, algo mais comum em pessoas acima de 50 anos.

Quando se fala em produtos biológicos, não há nenhum totalmente inócuo, pois sempre poderá ocorrer um efeito adverso, que faz parte da história dos medicamentos. E não é diferente com as vacinas, pois a imunologia ativa já causou, desde seu início, espantosos efeitos colaterais, levando a óbito muitos pacientes. “O importante é estudar a vacina e ter certeza de que ela tem um perfil que beneficie um grande percentual dos indivíduos que a recebem, ao custo de um ou outro que infelizmente tem um efeito adverso. Isso faz parte realmente de algumas vacinas e cada vez mais se tenta diminuir a chance desses eventos adversos. Algumas vacinas podem produzir tais eventos, mas em escala ínfima, perto do benefício que elas propiciam”, explica.

Porém, há quem diga o contrário, caso de diversos movimentos antivacina, que alegam que são mais prejudiciais ao ser humano do que benéficas, especialmente em crianças. E comparam, através de estudos, que muitas doenças já haviam diminuído suas taxas de prevalência/incidência antes mesmo das campanhas de vacinação. Como exemplo das campanhas, no Reino Unido, espalhou-se o conceito de que a vacina combinada contra sarampo, caxumba e rubéola seria a causa do autismo, doença mundialmente prevalente.



* Texto extraído da Revista MedAtual

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