terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Laboratórios privados vão oferecer vacina contra H1N1 a partir deste mês


Pagar pela vacina é alternativa para quem não faz parte dos grupos prioritários

A partir da segunda quinzena de fevereiro, laboratórios de análises clínicas de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE) já disponibilizarão a vacina contra a gripe suína. O preço da dose não está definido, mas alguns laboratórios pretendem vendê-la a até R$ 60.

A procura pelo serviço pago pode ser uma alternativa de imunização para aqueles que não fazem parte de nenhum dos grupos que serão vacinados gratuitamente no Brasil a partir de 8 de março pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ou seja, crianças de 3 a 19 anos e adultos de 30 a 59 anos.

No programa de vacinação público, criado pelo Ministério da Saúde, serão contemplados primeiro os trabalhadores da área de saúde, indígenas, pessoas com doenças crônicas, gestantes, crianças entre seis meses e dois anos, adultos de 20 a 29 anos e maiores de 60 anos, nesta ordem. Veja as datas de vacinação abaixo.

Em discurso no último dia 26 de janeiro, dia da divulgação do cronograma de vacinação, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, autorizou a comercialização de vacinas contra H1N1 por clínicas privadas no país, desde que priorizem os grupos de risco.

No entanto, quem optar pela vacinação paga dos laboratórios, fora o inconveniente de por a mão no bolso, terá o benefício de não precisar seguir o cronograma do governo, podendo ser vacinado após o pagamento.

Vacina: 90% de eficácia

Os laboratórios Delboni Auriemo e Lavoisier, em São Paulo (SP), Frischmann Aisengart Medicina Diagnóstica, em Curitiba (PR), Lâmina Medicina Diagnóstica, no Rio de Janeiro (RJ), e o Lab Pasteur, em Fortaleza, no Ceará, disponibilizarão a vacina contra a gripe suína, composta por cepas do vírus H1N1 pandêmico e outros dois tipos que circulam no hemisfério sul, um “A” e um “B”, a partir da segunda quinzena de fevereiro.

Com essa composição, a vacina estará adequada a todas as faixas etárias, de crianças menores de 5 anos a idosos, incluindo os grupos que estavam de fora do cronograma de vacinação do governo. A dose poderá custar de R$ 50 a R$ 60.

Segundo o médico sanitarista Ricardo Cunha, responsável pela área de vacinas da DASA (empresa responsável pelos laboratórios citados), “a vacinação apresenta até 90% de eficácia e é indicada para todas as pessoas com idade superior a seis meses de idade e deve ser aplicada anualmente, já que o vírus sofre mutações”.

O médico indica a vacina a gestantes somente a partir do terceiro mês da gravidez, sempre com orientação médica. As reações mais comuns, que atingem entre 10% e 20% dos vacinados, são dor e no local da aplicação, mas os sintomas desaparecem espontaneamente entre 24 e 72 horas após receber a dose, segundo Cunha.

A vacina não é indicada para pessoas com alergia comprovada à proteína do ovo, já que a produção é a partir de embriões de galinha.

A DASA não confirmou a data exata do começo da vacinação em seus laboratórios, mas informou que o serviço não precisará ser agendado. Quem quiser se vacinar bastará comparecer aos endereços dos laboratórios em horário comercial e pagar a taxa no local.

Governo tem prioridade no estoque

O laboratório Fleury Medicina e Saúde, de São Paulo, também já está em negociação com as farmacêuticas Sanofi Pasteur e GSK (Glaxo Smith Kline), produtoras das vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para começar a vacinação contra o H1N1 no início de março. Segundo o infectologista Celso Granato, assessor médico para doenças infecciosas do laboratório, o foco da negociação é conseguir um número de doses suficiente para disponibilizar o serviço.

- Temos a intenção [de vacinar contra o H1N1] e estamos em contato com os produtores de vacina. Mas a informação é de que a prioridade é para o estoque do governo.

Granato não informou de quanto será o preço da dose no Fleury, mas afirmou que haverá uma triagem no laboratório para saber se as pessoas estarão aptas a tomar a vacina.

De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, não há confirmação se as farmacêuticas produtoras fecharão contratos de venda com muitos laboratórios de exames clínicos pelo país, o que não garante grande oferta de vacinas para as pessoas em geral.

- Há um problema mundial de abastecimento [de vacinas contra H1N1]. No Brasil, já chegou uma grande quantidade para uso público e há licença para a venda, mas depende dos laboratórios quererem ou não trazer as vacinas.

Quem não quiser pagar

Para quem não pretende pagar para se vacinar, esperar pela disponibilidade do serviço público pode ser uma opção sem grandes riscos. Segundo o infectologista Celso Granato, quanto mais pessoas se vacinarem, menor será a circulação do vírus, diminuindo a probabilidade de contágio.

- Se um número razoável de pessoas for vacinada, você vai interferir na circulação do vírus na comunidade. Então, mesmo que não se vacine todo mundo, as pessoas que não receberem a vacina vão se beneficiar pela imunização de outras pessoas que estarão menos suscetíveis [à infecção do vírus].

Veja as datas de vacinação pelo SUS

De 8 a 19 de março: todos os trabalhadores de saúde do setor público e privado, área de limpeza, recepcionistas, motoristas de ambulância e toda a população indígena.
De 22 de março a 2 de abril: população com doenças crônicas (diabetes, doenças renais, hepáticas, respiratórias e obesidade), exceto os idosos, crianças entre 6 meses e dois anos.
De 22 de março a 21 de maio: gestantes.
De 5 a 23 de abril: adultos de 20 a 29 anos.

3 comentários:

  1. Sou fisioterapeuta,trabalho em clinica e a domicilio.Referente a vacina H1N1, segundo o calendario da vacina, tenho direito a essa primeira dose, e não é o o que aconteceu no SUS de Papanduva, o qual falaram ser apenas para profissionais da rede publica.gostaria de mais informações sobre isso.grata!

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  2. Cara Luana,
    Os trabalhadores de saúde que serão vacinados são aqueles que possam ter contato direto com pacientes com sintomas da Influenza H1N1. A definição específica dos profissionais a serem vacinados será realizada por cada Secretaria Estadual de Saúde em conjuto com as Secretárias Municipais, assim como a estratégia de como será aplicada a imunização.

    Att,
    Ministério da Saude
    fernanda.scavacini@saude.gov.br

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  3. Caro blogueiro,

    A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza H1N1 já começou. Vamos vacinar trabalhadores de saúde, população indígena, doentes crônicos, jovens saudáveis de 20 a 39 anos, além de crianças maiores de seis meses a menores de dois anos. Precisamos vacinar 91 milhões de pessoas e, para isso, contamos com a sua ajuda.

    Preparamos diversos materiais que podem ser usados em seu blog para ajudar o Brasil nessa tarefa tão importante. Para mais informações sobre como se tornar um parceiro, escreva para fernanda.scavacini@saude.gov.br.

    Atenciosamente,
    Ministério da Saúde

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